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Da terra ao mar

  • Foto do escritor: Ana Ramos
    Ana Ramos
  • 10 de abr. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de nov. de 2018

No sábado 7 de Abril foi Dia Nacional dos Moinhos. Há muito que desenho estas formas que entre terra e céu cruzam o meu olhar. Este ano acompanhei com muito gosto a iniciativa dos Oeste Sketchers “Desenhar Moinhos” e fui até à Bordinheira, Caixeiros e Praia de Santa Cruz, localidades do concelho de Torres Vedras.

Na Bordinheira, apalpando a manhã e os quintais e campos junto aos moinhos, estava a aguardar os participantes  o André Duarte Baptista, que idealizou este encontro e tantos outros de alta qualidade no Oeste.


Esquivando-me ao tempo, que ora chovia ora brilhava, com falhas de talento e estragando “vai não vai” todos os riscos e cores em que tocava, golpeei o olhar e tracei sem grande lógica alguns riscos cambaleantes e de cores imaginárias.

Propriedade do Sr. Joaquim Constantino, os moinhos da Bordinheira estão bem preservados e a actividade moageira é ainda profissão da familia na actualidade. O grupo de sketchers foi muito bem recebido e conduzido pelo moleiro, nas penumbras e brilhos dos espaços. Conheceu-se a história dos dois moinhos (o mais antigo e o recente), ao mesmo tempo que as mãos (frias) e canetas e cores (quentes) ao canto gemente dos búzios, se “enterravam” nos cadernos.

O adeus foi ao som rodopiante da chuva, mas uma recordação do grupo “crepitou” em cima da mesa do armazém : apontamentos de desenho feito por todos os participantes numa saca de papel (de guardar a farinha).






(Foto da autora)






Moinho de Caixeiros: próxima paragem. Hora de Almoço. Tombou o mau tempo, o frio e chuva instalou-se, mas o alimento foi rico e quente: pão acabado de cozer e café. Que bom!

À primeira aberta no cinzento, os pés passearam até ao abrigo mais próximo e dali me mantive inquieta de mãos e olhar, pois o barulho do trânsito aterrava a minha lucidez.

O calor voltou e o azul também. Hora de rumar à azenha da Praia de Santa Cruz, outrora moagem movida a energia hidráulica. Caem pingas como lágrimas logo à chegada, e de longe, abrigando os parcos riscos que teimavam em beijar a folha do caderno, fiz um esboço de cromatismo impetuoso e carregado. Do pior que alguma vez já tenha feito…

Ou foi do chapéu de chuva amarelo, que abrigava e aquecia as pingas calmas da tarde, ou dos meus olhos desatentos e despidos.

(Foto de André Duarte Baptista, excelente dinamizador destes encontros)


Cá está. André Baptista apanhado na "malha" do meu telemóvel, recepcionando os participantes.














No fim ainda houve tempo para uma experiência (mancha primeiro, traço depois)

Obrigada a todos(as) que comigo traçaram este dia da terra ao mar...

(Foto de Augusto Pinheiro)

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