Óbidos é sempre inspiração
- Ana Ramos
- 3 de abr. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 7 de mai. de 2018
Mesmo quando já não estiver por cá, hei-de lá voltar (em espírito), pois há coisas que não foram olhadas, rostos que não foram vistos, recantos que me foram alheios, casarios que “ressuscitaram” de repente ao virar dos dias.
Há as manhãs e as tardes e as claridades da noite. Há o silêncio rouco da conversa ao sabor dum chocolate, duma ginja ou doutras iguarias sem nome. Há o recorte das pedras, das ruas que oscilam sem piedade (para os pés), das memórias sem nome, da luz sobre as janelas em flor, dos olhos e dos ouvidos de um dia inteiro com vida, de milhões de vidas (ritmadas), que se prendem a esta vila quase lendária, carregada de tradição, “filha” desta pátria frente ao mar.
Dançando ao sabor dos dias, chove/não chove, vou/não vou, ali vagueei (e me encontrei).
Em fantásticos recantos secretos, onde ninguém me reconhece, tocada por uma luz vibrante e quente, passaram-me canetas p'las mãos, pincéis rolaram pelo chão e desenhos floriram nos cadernos, um que é novo habitante do meu "harém" de cadernos e outro que tombará em breve preso à estante.
Aqui os recantos que marcaram o meu caminho…

"Acocorada" na escadaria lateral da Igreja de São Pedro, escutando o céu e a terra cheios de sol.

Ali por entre travessas e ruelas numa curva à sombra, na Rua do Facho, prisioneira duma visão idílica que ao fundo se mostra.

O brilho que habitava o Largo do Beneficiado Seixas, num início de tarde amena e pura.

No sossego barulhento da esplanada ao lado da Igreja de Santa Maria, onde a tarde se alonga e o olhar se perde.
Pura paixão...
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