Brilho na noite
- Ana Ramos
- 19 de fev. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 3 de nov. de 2018
No passado dia 10 de Fevereiro, teimava em não fazer 60 anos de vida.
Inquieta pelo passar de tantos sóis e luas, esperava neste dia (apenas), espalhar o olhar pelo azul do mar, divagando entre a espuma das ondas e o esvoaçar das gaivotas, em companhia do marido e filhas. Assim aconteceu, nessa tarde de ventos fortes e maresias no ar, ali pelas orlas da Ericeira. A luz pálida da tarde guiou-nos ao Palácio e Basílica de Mafra, onde pedras beijam o céu e pássaros se sentam ao entardecer.
Mas o brilho da noite reservava-me uma festa surpresa, calada com brandura e tranquilidade por todos os que me amam, e especialmente pelos que caminharam comigo na tarde.
Que surpresa, que benção!
Na escuridão do restaurante, de repente fez-se luz, e ali estavam todos, ou quase todos, os meus mais queridos e chegados familiares, até os que moram mais longe (Castelo Branco).
Tinha prometido zangar-me se me fizessem uma festa surpresa, mas não consegui...
Só alcancei agradecimento e felicidade!
Obrigada a todos os que tornaram possível esta noite, no meu 60º aniversário.

Idade
Mente o tempo:
a idade que tenho
só se mede por infinitos.
Pois eu não vivo por extenso.
Apenas fui Vida
em relampejo de incenso.
E quando me acendi
foi nas abreviaturas do imenso.
MIA COUTO, “Vagas e Lumes”, Caminho, Outubro de 2014, página 30
Foto: Da autora
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